"Os dados que temos vindo a recolher em diversos estudos indicam que, apesar dos progressos alcançados ao longo das últimas décadas, os Portugueses com deficiência continuam a enfrentar muitos obstáculos para a realização dos seus direitos. Entre estes destacam-se a falta de acessibilidade ao meio edificado, aos sistemas de informação e comunicação e à rede de transportes, as atitudes sociais preconceituosas e a escassez dos apoios sociais, em particular a insuficiência de serviços de suporte à vida independente. Estas barreiras condicionam fortemente as oportunidades de participação social e económica e assim os índices de pobreza e exclusão são também muito elevados entre este grupo. Em Portugal temos hoje políticas para a deficiência que se fundamentam nos princípios dos direitos humanos mas a falta de fiscalização na sua implementação, o alheamento da sociedade em relação às questões da deficiência e a insuficiência de recursos criam um grande fosso entre a teoria e a prática. É este desafio civilizacional que todos temos que abraçar mas ao Estado compete inegavelmente ser exemplo e charneira neste processo de mudança social e política rumo a uma sociedade para todos. Investigadora do Centro de Administração e Políticas Públicas, CAAP-UTL, Paula Campos Pinto"
In Revista Plural & Singular (1ª edição) | Dez/Jan/Fev 2012